Um grupo de jovens na mesa ao lado pediu minha ajuda para “eternizar” aquele momento da turma na lanchonete.
Através de um celular de última geração que um deles me passou, efetuei a desejada foto, após um curso intensivo de alguns minutos do dono do aparelho.
Imediatamente outro rapaz com o notebook aberto puxou um fio para conexão e postou a foto no facebook.
Todos riam, a alegria era contagiante, vibravam a cada comentário de terceiros que aparecia na tela do computador.
O garçom da lanchonete com a caderneta na mão esperava pacientemente para anotar os pedidos do grupo, mas isso parecia ser apenas um detalhe sem importância para eles.
Havia três garotas em outra mesa; uma acessava um tablet, outra falava em um celular e uma terceira rolava a barra acessando os e-mails em seu blackberry.
Observei outras mesas e a cena se repetia.
Sentados ou em pé, entrando ou saindo da lanchonete, todos estavam conectados eletronicamente vivendo emoções do mundo virtual.
Acabei ouvindo involuntariamente a conversa de outro grupo à minha direita onde uma garota reclamava ao possível pretendente e outros casais que, precisava urgentemente atualizar as páginas do facebook para ver as postagens, pois só havia acessado o twitter até aquele momento e estava curiosa. Fez uma brincadeira dizendo que para ela, era como uma necessidade fisiológica. Não satisfeita, chamou o garçom para perguntar se ali não havia um computador para os clientes acessarem.
Para minha surpresa e conhecimento a resposta foi afirmativa: - dois, mas estão ocupados por outros clientes e já tem gente na fila – disse!
Pedi mais um chopp e continuei observando; por incrível que pareça um grupo estava conectado com outro há algumas mesas de distância apenas. Não era melhor e mais saudável sentarem juntos, desligarem os aparelhos, trocarem idéias e conhecimentos, expor todo seu conteúdo – pensei!
Conteúdo?
Ora, isso é coisa do passado, acertei a conta e fui embora antes que saísse dali convencido que o errado era eu.
Essa é a pérola do dia.
Pense nisso!
Twitter @alcirchiari
É a pura realidade, as pessoas estão conversando somente atrás das "máquinas".
ResponderExcluirmuito boa ...as pessoas estão se esquecendo do contato pessoal para viver o virtual, não que isso seja ruim, porém o exagero nos faz virar escravos das redes sociais.
ResponderExcluirPessoal problemas para postar comentários... tente "visualizar" após selecionar o perfil, e depois "Postar comentário"... pelo jeito tem problemas no blogger. obrigado!
ResponderExcluirÉ, caro cronista, o sistema, por sinal muito bem bolado, está engolindo o povo, se é bom ou se é mau quem sabe.Continua valendo o conselho antigo orai e vigiai.
ResponderExcluirNada é totalmente voltado ao mal, assim como, nada é totalmente voltado ao bem!
ResponderExcluirO veneno é fatal quando sua dosagem ultrapassa a recomendação e o mal uso feito pelos indivíduos.
São verdades aplicadas à vida, e com certeza, na relação homem X máquina.
A evolução tecnológica e das máquinas vieram para facilitar a vida do homem, no tocante a rapidez de trabalho, comunicação, informação, visualização de imagens, organização e diminuição de espaços, etc.
Nós, pouco paramos para visualizar a maravilha que é o fato de poder estar saboreando da leitura dessa crônica e ao mesmo tempo estar podendo deixar nosso comentário e opinião, e saber que dezenas, centenas ou talvez milhares de outras pessoas estão visualizando, também, nossos pensamentos.
Poder rever, ter contato novamente, ver, pessoas e lugares que julgávamos estarem para sempre no passado...
São feitos maravilhosos!
E em contra-partida, temos a criação do descontrole total, uso exagerado por crianças e jovens, inversão de valores e habilidades, invasão de privacidade, etc.
Cria-se uma geração de pessoas 24:00 horas plugados.
Geração voltada mais para dentro de si, que prioriza os relacionamentos feitos na solidão de um quarto e na frieza de da tela e teclado do computador.
Assim, o veneno deixa de ser vital e se faz letal aos seres.
Criam-se máquinas e sofisticam-nas, o homem, pouco busca se educar e sofisticar na interação, trato e uso racional com as mesmas.
Enfim, acho que podemos afirmar que, como na moda, aqui menos é mais!
Pois há pessoas que ainda acham que estar fazendo uso de vários aparelhos, portando e falando em mais de um, é chique.
Viva a alta tecnologia.
Mas com moderação, nem não?
Eita! A mais pura realidade!
ResponderExcluirMas estou contigo! Melhor estar pessoalmente do que virtualmente.