Toca a sirene anunciando o intervalo entre as aulas; é hora do recreio, hora do lanche.
No pátio da escola muitas crianças saem em disparada; algumas para a fila da merenda, outras para os brinquedos e trocas de figurinhas e a maioria se acomoda nos bancos do jardim para apreciar o lanchinho que a mamãe mandou com tanto carinho.
A expectativa ao abrir a própria lancheira só não é maior que a curiosidade em saber o que tem na lancheira do amigo. É o grande momento do recreio.
Tradicionalmente ocorre a troca de partes do “lanche” ou do suco, pois parece que o lanche do amiguinho está sempre mais saboroso e atrativo:
· Me dá um pedaço do seu bolo, disse Juninho.
· Não!
· Te dou uma bolachinha em troca
· Não! Hummmm tá muito bom!
· Nossa como você é ridico, e ainda fica fazendo gula.
· Não estou ridicando não Juninho, é que não gosto dessas bolachinhas que você trouxe e realmente meu bolo está muito bom, hummmm!
· Mas poderia me dar um pedaço do bolo porque eu estou com vontade.
· Não!
· Tudo bem, você fica ridicando, não quero mais mesmo - deu de ombros!
Em silêncio os amiguinhos tomaram o lanche; minutos depois, Juninho tira algumas moedas do bolso e vai até a lanchonete. Compra um sorvete e vem abrir perto do amigo que acabara de negar o pedaço do bolo.
Calmamente retira o papel que o protege, mostra e oferece para o amigo:
· Quer um “teco”, um pedaço?
· O amiguinho engole seco, o sorvete parece estar saboroso
· Aceito!
· Juninho passa a língua por toda a extensão do sorvete, lambuzando-o de saliva e estende a mão em direção ao amigo.
· Tome, pegue um pedaço.
· Agora não quero mais, você lambeu o sorvete todo, que nojo.
· Você é muito nojento Juninho!
· Posso ser nojento, mas pelo menos não sou ridico.
Essa é a pérola do dia.
Pense nisso!
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