sexta-feira, 17 de junho de 2011

A ÚLTIMA MISSÃO




Enquanto os 50 “sem rosto”, como ficaram conhecidos no Japão e no mundo o grupo de técnicos que ficaram na usina nuclear de Fukushima após o Tsunami expostos a níveis elevadíssimos de radiação, lutavam para resfriar os reatores e evitar uma catástrofe ainda maior, o resto da população ordenadamente mantinha a calma.
Colocaram em prática os treinamentos de sobrevivência, não ficaram se lamentando, não saquearam estabelecimentos, formaram filas disciplinadas para aquisição de água e comida, compraram apenas o necessário, evitaram sensacionalismo da catástrofe, reconstruíram estradas em uma semana e o aeroporto de Sendai em menos de um mês.
E agora, milhares de “idosos”, acima de sessenta anos estão se cadastrando como voluntários através das redes sociais para trabalhar na usina nuclear de Fukushima, mesmo sabendo que acabarão contaminados devido à exposição aos elevados níveis de radiação.
Apesar de protegidos com equipamentos de segurança, a contaminação será inevitável e, as conseqüências serão inimagináveis.
São engenheiros, físicos, médicos, técnicos em diversas áreas de atuação que já se realizaram pessoal e profissionalmente e agora querem se solidarizar e contribuir com o seu país, evitando que outros jovens com toda uma vida pela frente venham a se contaminar nesse trabalho.
Partem do princípio que seus corpos somente sentirão os efeitos da radiação depois de dez anos e aí a missão a que vieram nessa vida já estará cumprida.
Esta será a última missão!
Um verdadeiro exemplo de doação e solidariedade com os “irmãos”, com o planeta e a vida na terra.
Essa é a pérola do dia.
Pense nisso!
Twitter @alcirchiari

10 comentários:

  1. Mais que uma missão, talvez a última, uma lição de vida e amor ao próximo!

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  2. Essas palavras não são minhas , mas acho que cabem perfeitamente nesta sua pérola do dia.

    Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência: Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
    Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
    Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
    O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei.
    A vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
    Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
    Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.

    Monja Coen

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  3. Ridemi.
    Concordo contigo!!!
    São palavras de uma pessoa (não me ocorre o nome no momento)que morou alguns anos no Japão e voltou ao Brasil.
    Em ensinamentos de São Tomás de Aquino encontra-se o seguinte:
    "Quando ocorre um grande cataclismo, com o sacrificio de milhares de vidas, a mãe natureza não está sendo má. O cataclismo é consequência de um processo de evolução e os que passarem por essa experiência dificilmente serão os mesmos. O universo é ação, construçao e destruição, num processo eterno de mudança e transformação."
    Há, ainda, dito popular que expressa que aprendemos mais com o sofrimento que com a alegria.
    Com certeza podemos afirmar que tudo o que o povo japonês fez foi aprender com seus sofrimentos passados, estudar e buscar conhecer a fundo sua geologia e seu povo, traçar metas e treinamentos, desenvolver tecnologias, etc.
    Certeza, tambem, que só um povo com ensinamento, estudo e treinamento moral, ético e filosófico, arraigado, desde a mais tenra idade, pode dar ao mundo lições de humildade, respeito, poder de superação, paciência e compromisso com a coletividade.
    Há pelo mundo vários exemplos de superação diante de catastrofe, mas nenhum como a do povo japonês!!!
    Gandhi ja dizia que temos que ser a transformação para o mundo que queremos.

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  4. Com certeza esse povo talvez seja o mais unido, o mais preocupado com o próximo. Eles são verdadeiros exemplos do exercicio da cidadania e patriotismo. Duvido que isso aconteceria no Brasil!!!!!!!!!!!

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  5. Essas palavras são da Monja Coen, que viveu doze anos no Japão. Essa solidariedade, essa preocupação com o futuro do país, esse doar-se ao próximo só acontece mesmo no Japão, eu nunca soube que algo assim tivesse acontecido em qualquer outro lugar do mundo. Como disse o anônimo, se aprende muito mais com o sofrimento. Talvez por ser um país pequeno e por tudo o que sofreu com a guerra, é que o povo japonês é assim.

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  6. Com certeza concordo com a HIdemi. Um povo sofrido e que soube usar isso para se fortalecer com dignidade.

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  7. - 26/04/1986 - Explosão de reator nuclear da central de Chernobyl, na antiga república soviética da Ucrânia - há uma ocilação entre +/- 100 a 200 mil vítimas;

    - Em 2004 - tsunami na Indónesia.

    Se não me falha a memoria esse é o sétimo acidente em magnitude no mundo.

    Segundo pesquisa de seguradora alemã MUNICH Re., o ano de 2010 foi marcado por 950 catástrofes naturais, envolvendo desde tempestades e inundações até terremotos e registros de vulções.
    - Terremotos no Haiti;
    - Tremores no Chile e região central da china;
    - Onda de calor na Russia;
    - Inundações no Paquistão;
    - Furações no Atlantico Norte - atingindo Estados Unidos e México;
    Postado por: Renata Giraldi - reporter da agência Brasil - em 04/01/2011.

    Liz e Ridemi, mais uma vez estou de acordo com vossos comentários!!!
    Penso que, em "ser" solidário todos os povos são +/- iguais e, pecamos em outros quesitos, como já dissemos por causa educacional e ou cultural, etc...
    Mas uma coisa chama a atenção, embora a pérola preciosa fale dos gestos de nobreza de um povo e talves não fosse o memento traçar comentários, mas me ocorre interessante ressaltar:
    A perfeição ela não existe no mundo dos mortais!!!
    Haviam noticiários que relatavam e mostravam imagens da "DESCONFIANÇA" do povo em relação a veracidade de dados fornecidos pelo governo, quando diante da gravidade do ocorrido tudo deveria ser muito claro.
    Às vezes atitudes não muito nobres de poucos ofuscam toda a beleza e encanto de um povo!!
    concordam??
    Me corrijam se estiver errado... ok?

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  8. me corrijão se estiver errado.

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  9. diante da magnitude da catástrofe, talvez algumas informações foram omitidas pelo próprio desconhecimento "do todo".Outras, como forma de criar um ambiente de motivação e perseverança à reconstrução e as perdas humanas. A claridade dos fatos nesse caso, seria confundida com sensacionalismo.

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  10. fuzilaska@hotmail.com20 de junho de 2011 às 21:17

    infelizmente, as vezes é necessário algo de ruim para que se construa a união.
    "vamos aprender"

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