domingo, 25 de março de 2012

VIUVEZ



Ali na mesa do bar entre uma cerveja e outra, o amigo, agora viúvo, expõe ao outro a sua dor e solidão.
Após um convívio harmonioso de vinte anos perdeu o grande amor de sua vida.
Ora chorando de tristeza, ora sorrindo de alegria pelas lembranças dos grandes momentos de felicidade, conta detalhes de sua relação com a falecida.
- Minha esposa era perfeita, nenhuma outra chegaria a seus pés, ela é insubstituível, jamais colocarei outra em seu lugar. – afirma.
O amigo o consola e juntos se embriagam, afinal, companheiro é companheiro.
Em função da correria do dia-a-dia e do tempo passando rapidamente, os dois amigos ficaram sem se ver por um período de três meses.
Num final de semana prolongado, acabaram se encontrando novamente na mesma mesa do bar.
Um grande abraço e muita cerveja para comemorar o reencontro!
O viúvo que naquele período estava abalado emocionalmente e convicto da solidão eterna agora estava radiante, esbanjando alegria.
Entre brindes e sorrisos fáceis abriu novamente seu coração:
- Estou apaixonado meu amigo, encontrei a mulher dos meus sonhos; da minha vida!
- Não diga! Realmente está evidente no seu semblante e na sua alegria contagiante, mas na última vez que nos encontramos, me lembro do seu abalo e da certeza que jamais colocaria outra mulher em sua vida.
- Mudou de idéia?
- Pois é, a solidão é muito dura e essa mulher que encontrei é minha alma gêmea; minha cara metade.
- Melhor que a outra?
- Não vou dizer que a falecida era ruim; era uma boa esposa, mas essa é ainda melhor, é realmente perfeita.
- Já entendi meu amigo e fico feliz por vê-lo tão feliz.
Definitivamente prevalece o velho ditado:
- Viúvo(a) é aquele que morre!

Essa é a pérola do dia.
Pense nisso!
Twitter @alcirchiari



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