sexta-feira, 7 de setembro de 2012


PELAS FRESTAS DA JANELA


A inquietação era muito grande, não tinha posição na cama que o fizesse dormir. Estava incomodado; o coração apertado e a mente perturbada devido os problemas cotidianos.
Seus problemas, como sempre, eram muito maiores que do resto do mundo.
- Que fardo tenho que carregar. - dizia
Naquela noite, o brilho da lua cheia passava pelas frestas da janela, propositalmente abertas para refrescar o quarto, permitindo identificar os móveis e aparelhos nos seus lugares.
Um vento furioso e inesperado repentinamente começou a assoviar e pedir passagem, provocando muito barulho por onde passava, ou tentava passar, lembrando uma orquestra em pleno concerto musical.
As cortinas da janela ficaram esvoaçantes e começaram a correr nos trilhos; no quintal, as folhas secas eram arrastadas no piso frio lembrando o barulho de uma lixa sobre um objeto e provocando arrepios.
Devido a força do vento, os sacos plásticos das lixeiras e alguns panos de prato pendurados no varal estalavam no ar. Portas, janelas e o portão do corredor batiam incessantemente nos batentes lembrando a marcação de um surdo numa escola de samba. O conjunto estava harmonioso e bem comandado pelo maestro furioso.
Ao mesmo tempo, inúmeros raios começaram a romper a escuridão noturna invadindo o quarto com sua claridade semelhante ao acender e apagar de luzes. Segundos depois dos clarões, o barulho ensurdecedor dos trovões fazendo estremecer a estrutura da casa e disparar o coração.
A tempestade estava chegando, mostrando a força da natureza e a onipresença de Deus. Os problemas cotidianos que perturbavam sua mente e causavam aperto no coração ficaram pequenos mediante tamanha turbulência.
- Meu Deus me livre dessa tempestade. – Clamou.
O vento ficou ainda mais furioso e começou a derrubar objetos dentro e fora da casa. Algumas pedras de gelo começaram bater sobre o telhado e as calhas, tornando o barulho ainda mais ensurdecedor e assustador.
Pânico total!
Naquele momento percebeu como eram pequenos os seus problemas e de joelhos clamou a Deus:
- Perdoe-me por engrandecer demasiadamente meus problemas, sou pequeno e de pouca fé, mas humildemente peço sua misericórdia e proteção.
Pelas frestas da janela juntamente com o vento e o barulho dos raios e trovoadas entrou a vós de Deus:
- "Acalma teu coração”
Ao ouvir aquela voz poderosa, desmaiou.
Quando acordou, estava tudo dentro da normalidade, a tempestade havia passado.
Até hoje tem dúvidas se realmente ouviu a voz de Deus ou se foi imaginação de sua cabeça pelo pânico daquele momento.  Apesar de sua fé, ainda duvidosa, uma lição ficou:
- Seus problemas atualmente são sempre pequenos e simples de resolver.

Essa é a pérola do dia.
Pense nisso!
facebook.com/ alcir chiari

Um comentário:

  1. E´isto mesmo Alcir, as vezes tornamos nossos problemas tão maiores do que são. Se olharmos ao nosso redor veremos outros problemas ainda maiores, problemas de saude, etc.
    Fique com Deus !!

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